Depressão

Vamos ter de falar sobre ela e vamos falar sempre com muito amor.

A depressão é uma doença de difícil compreensão tanto para quem foi acometido, quanto para quem está ao lado do adoecido. É preciso entender e aceitar que a depressão tem formas diferentes de acometer cada pessoa. Claro que existem características gerais da doença, mas cada um tem uma forma de reagir a esses sintomas gerais. Sendo assim, o que ajudou uma pessoa pode abalar outra. Por tanto, a primeira regra é não generalizar nada em relação as respostas que cada indivíduo oferece por seu sofrimento.

É comum imaginar que alguém deprimido estaria sempre triste, isolado, de cama, sem fome, sem sono, ou dormindo muito… E isso acontece de fato, mas não permanentemente e pode oscilar de um extremo ao outro. O interessante é que, também, acontece com pessoas sem depressão e ora ou outra a pessoa volta para seu funcionamento comum. Isso pode confundir as pessoas que acreditavam que estivesse deprimida e se curou sozinha, com seu próprio esforço, ou fé. E que todas as pessoas poderiam fazer o mesmo.

Em um outro ponto, existem deprimidos que saem para baladas, que praticam exercícios físicos, que contam piadas, que vivem na Igreja, que namoram, se irritam e brigam e, que parecem estar aproveitando ao máximo sua vida… Contudo, para realizarem essas atividades escondem, ou tentam ignorar um vazio constante. Isso porque a depressão tem graus de acometimento. Fazendo com que as pessoas ao redor não percebam, ou não compreendam o sofrimento, que acaba sendo classificado como frescura, quando em um breve momento essa pessoa faz uma reclamação, ou tem uma baixa em seu astral.

Cientificamente a depressão é caracterizada pela perda ou diminuição de interesse e prazer pela vida, gerando angústia, prostração, sensação de esvaziamento, desmotivação; algumas vezes sem um motivo evidente. O desânimo sem fim é fruto de desequilíbrios na bioquímica cerebral, pois há uma diminuição na oferta de neurotransmissores como a serotonina, que está ligada à sensação de bem-estar. Desta forma o indivíduo perde a vontade, exatamente assim, não tem vontade de nada.

Se você sente que existe algo de errado com você busque por um Psicólogo. Se conhece alguém que está precisando de ajuda indique um Psicólogo. A Psicoterapia faz o indivíduo encarar a vida de outras formas, pois aplica técnicas eficazes para o tratamento da depressão e de outros transtornos. Nem toda tristeza é depressão, mas todo desconforto psíquico e emocional merece ser cuidado. Sua dor não precisa atingir outras pessoas para que você mereça ser tratado, cuidado e amado. Você pode decidir, com algum esforço, que merece ser a melhor versão de você mesmo. Esse é o objetivo da Psicoterapia. Te dar forças e ferramentas para ir além.

Se alguém perto de você está passando por um momento complicado você pode ajudar dando um abraço sincero. Uma das coisas que mais debilitam uma pessoa, que já está em sofrimento, é ouvir coisas do tipo: “Você tem de ir para a Igreja, isso é falta de Deus no coração.” Ou: “Você tem de se ocupar, fazer uma faxina…”, ou ainda: “Você é tão bonita, tá querendo chamar atenção”. Troque essas frases nocivas por algo como: “Olha não sei o que você está sentindo, mas conta comigo”. E quando não souber o que dizer, segure a mão da pessoa e fique em silêncio. Isso vale para a depressão e para tudo que é complicado na vida. E depois busque ajuda profissional!

Divórcio

Não é muito meu perfil me importar com as estatísticas. Simplesmente pelo fato (acredito eu), que a motivação de cada pessoa é baseada em um contexto único de sentido. No entanto, me deparei com números expressivos sobre o aumento da incidência de divórcios no Brasil nos últimos anos. Estamos tendo mais divórcios do que casamentos, desde que ficou mais simples o trâmite no Brasil.

Mas, o que os números não expressão os sofrimentos consequentes de um divórcio. Uma união matrimonial só acontece por terem pessoas que sonham e desejam aquele momento e todos os anos que virão. Esse casal pensa detalhadamente na festa, nos convidados, no chá de panelas e despedidas de solteiros (sim, ambos fazem suas despedidas e não apenas os homens como antigamente), planejam até o que será dito na cerimônia… E seguem meses de escolhas e ansiedades. Até que estão enfim, casados… e terá de ser para sempre?

Unidos por um contrato social e religioso (muitas vezes), contudo estão à própria sorte. Contraem dívidas para a festa, aquisição do apartamento/casa, dívida da viajem de lua-de-mel, atividades domésticas desgastantes, as dificuldades em dividir o mesmo teto, cama e guarda roupas… Entre tantos outros problemas têm de aprender a compartilhar suas privacidades. Mas, para transpor esses desafios o amor os une. Ou não?

Descobrem aos poucos que lutar juntos, pode ser mais complicado do que lutarem sozinhos. Pois, será preciso conciliar desejos, vontades, temperamentos e disponibilidades. As decisões terão de serem debatidas para que não se faça apenas a vontade de um. E a vida cotidiana, rotineira vai tirando o brilho da relação e do afeto que sentem um pelo outro.

Com o passar dos tempos os egos são feridos a dor é sentida e ressentida. E o rancor sufoca o afeto que sentiam um pelo outro. Consequentemente, o divórcio é visto como a melhor saída para o incômodo da relação. Uma aura de angústia, tristeza, solidão e medo os permeia, as. Mas, mesmo parecendo ser a única saída, ainda assim, é uma decisão sofrida. São sonhos se desfazendo, são promessas que ficarão para traz e que não serão cumpridas. Sofre ele, sofre ela e algumas vezes suas famílias sofrem junto. E isso é só um resumo do que geralmente acontece, sendo bem razoável e não cogitando a possibilidade de terem tido filhos. Com filhos muitos outros ressentimentos acontecem.

A psicoterapia pode contribuir para que o divórcio não seja a única solução. Assim serão buscadas alternativas para que a união volte a ser saudável e gratificante para ambos. O terapeuta consegue avaliar o que foi perdido e que terá de ser resgatado entre eles. Ou auxiliará na construção de recursos que antes não havia para sustentar essa relação. Mas, se o divorcio já aconteceu a psicoterapia poderá contribuir para que haja compreensão dos erros cometido e para a preparação para relacionamentos que virão serem mais felizes, saudáveis e duradouros. Pois, em ambas condições propicia que os indivíduos estejam mais conscientes de suas vidas e que possam fazerem escolhas mais maduras e assertivas.

 

Relacionamentos nos dias de hoje

Na clínica é um dos temas que pode ser facilmente  trabalhado e; com contribuição relevante para o autoconhecimento do paciente. Por isso acabou se tornando um dos meus temas favoritos para atendimento. Pois,  todos somos envolvidos em um emaranhado de experiências que, guardadas as devidas proporções, nos moldam atualizando quem somos. Assim sendo, na clínica, levantam questões atuais e questões remotas, vividas na infância, ou na adolescência.

Conflitos, traumas e complexos não resolvidos nas épocas correspondentes são arrastados pela vida e impedem que as escolhas atuais sejam assertivas. Já que, ficamos influenciados, pelo receio de reviver uma experiência ruim. Contudo, é o que geralmente somos levados a fazer acontecer, uma vez que não estando consciente permitimos a repetição inadequada. Quando passamos a analisar em psicoterapia nossos relacionamentos, os padrões repetidos, ficam evidentes e podemos quebrar esse ciclo.

Alguns dos insucessos nos seus relacionamentos de hoje podem ter raízes profundas em sua história de vida, que precisam ser exploradas e compreendidas e interrompidas. Com o intuito de não se tornarem padrões revividos em escolhas imaturas, ou não pensadas, que desconsiderem os seus anseios verdadeiros. A Psicoterapia Analítica, que eu pratico age desvelando as situações do passado que estão influenciando e dificultando as relações atuais. Ainda que, sejam situações remotas, de tempos vividos, no decorrer do tratamento a tendencia é que se aprofunde em sua história, desta forma torne-se compreensível a significação dessas escolhas.

Além disso, vida contemporânea também, emaranhara de tecnologias que deveriam facilitar nossas experiências, por vezes, é outro fator que dificulta que as conexões entre as pessoas  se estabeleçam. A exposição excessiva nos torna espectadores da superficialidade, impedindo que as relações sejam  profundas. Você fica definido e enlouquecido pelo número de likes e seguidores que obtém. E como esses cliques ocorrem em frações de segundos, está proibido “se apegar”. Porque as pessoas deixam de te seguir com a mesma velocidade.

Ser romântico (a), além de brega é sinal de fraqueza e na época de superpotências é preciso ser de ferro. Independente da quantidade de “ficadas”, se comprometer é sinal de “se apegar”. E quem “se apega” primeiro, sofre primeiro. Assim, as relações seguem superficiais. Contudo, somos complexos e precisamos de relações complexas, profundas, que nos desafiem a ser pessoas melhores. Precisamos de uma companhia que queira nos ouvir, que se interesse por nós e que essa interação resulte em reciprocidade. Que faça com que queiramos saber dele (a), ouvir-lo (la), estar com ele (a).

No momento em que se conhece uma pessoa que te desperte esse interesse: o ideal é ser verdadeiro com seus anseios. Transmitir essa verdade é muito importante, por mais que pareça fraqueza, não é. E se não coincidir com os anseios do outro, já terá a resposta de que precisa. Não é não “se apegar” que te faz forte, mas sim amar que te faz melhor e te dá resiliência para continuar.

É preciso não ter medo de viver, de encontrar pessoas e situações novas. Pois, o novo faz crescer a adaptabilidade aos sentimentos e sensações despertadas.  “O homem que não enfrenta o inferno de suas paixões, também não as supera” (C.G. Jung). E quando não conseguimos superar, a tendência é que se volte contra nós de forma mais violenta. Esteja atento a sua saúde emocional. Tenha ajuda para compreender os dilemas e resolver-los de forma mais ajustada através da Psicoterapia Analítica!

Um abraço afetuoso

Andressa Cristina de Oliveira Santos