Divórcio

Não é muito meu perfil me importar com as estatísticas. Simplesmente pelo fato (acredito eu), que a motivação de cada pessoa é baseada em um contexto único de sentido. No entanto, me deparei com números expressivos sobre o aumento da incidência de divórcios no Brasil nos últimos anos. Estamos tendo mais divórcios do que casamentos, desde que ficou mais simples o trâmite no Brasil.

Mas, o que os números não expressão os sofrimentos consequentes de um divórcio. Uma união matrimonial só acontece por terem pessoas que sonham e desejam aquele momento e todos os anos que virão. Esse casal pensa detalhadamente na festa, nos convidados, no chá de panelas e despedidas de solteiros (sim, ambos fazem suas despedidas e não apenas os homens como antigamente), planejam até o que será dito na cerimônia… E seguem meses de escolhas e ansiedades. Até que estão enfim, casados… e terá de ser para sempre?

Unidos por um contrato social e religioso (muitas vezes), contudo estão à própria sorte. Contraem dívidas para a festa, aquisição do apartamento/casa, dívida da viajem de lua-de-mel, atividades domésticas desgastantes, as dificuldades em dividir o mesmo teto, cama e guarda roupas… Entre tantos outros problemas têm de aprender a compartilhar suas privacidades. Mas, para transpor esses desafios o amor os une. Ou não?

Descobrem aos poucos que lutar juntos, pode ser mais complicado do que lutarem sozinhos. Pois, será preciso conciliar desejos, vontades, temperamentos e disponibilidades. As decisões terão de serem debatidas para que não se faça apenas a vontade de um. E a vida cotidiana, rotineira vai tirando o brilho da relação e do afeto que sentem um pelo outro.

Com o passar dos tempos os egos são feridos a dor é sentida e ressentida. E o rancor sufoca o afeto que sentiam um pelo outro. Consequentemente, o divórcio é visto como a melhor saída para o incômodo da relação. Uma aura de angústia, tristeza, solidão e medo os permeia, as. Mas, mesmo parecendo ser a única saída, ainda assim, é uma decisão sofrida. São sonhos se desfazendo, são promessas que ficarão para traz e que não serão cumpridas. Sofre ele, sofre ela e algumas vezes suas famílias sofrem junto. E isso é só um resumo do que geralmente acontece, sendo bem razoável e não cogitando a possibilidade de terem tido filhos. Com filhos muitos outros ressentimentos acontecem.

A psicoterapia pode contribuir para que o divórcio não seja a única solução. Assim serão buscadas alternativas para que a união volte a ser saudável e gratificante para ambos. O terapeuta consegue avaliar o que foi perdido e que terá de ser resgatado entre eles. Ou auxiliará na construção de recursos que antes não havia para sustentar essa relação. Mas, se o divorcio já aconteceu a psicoterapia poderá contribuir para que haja compreensão dos erros cometido e para a preparação para relacionamentos que virão serem mais felizes, saudáveis e duradouros. Pois, em ambas condições propicia que os indivíduos estejam mais conscientes de suas vidas e que possam fazerem escolhas mais maduras e assertivas.