Relacionamentos nos dias de hoje

Na clínica é um dos temas que pode ser facilmente  trabalhado e; com contribuição relevante para o autoconhecimento do paciente. Por isso acabou se tornando um dos meus temas favoritos para atendimento. Pois,  todos somos envolvidos em um emaranhado de experiências que, guardadas as devidas proporções, nos moldam atualizando quem somos. Assim sendo, na clínica, levantam questões atuais e questões remotas, vividas na infância, ou na adolescência.

Conflitos, traumas e complexos não resolvidos nas épocas correspondentes são arrastados pela vida e impedem que as escolhas atuais sejam assertivas. Já que, ficamos influenciados, pelo receio de reviver uma experiência ruim. Contudo, é o que geralmente somos levados a fazer acontecer, uma vez que não estando consciente permitimos a repetição inadequada. Quando passamos a analisar em psicoterapia nossos relacionamentos, os padrões repetidos, ficam evidentes e podemos quebrar esse ciclo.

Alguns dos insucessos nos seus relacionamentos de hoje podem ter raízes profundas em sua história de vida, que precisam ser exploradas e compreendidas e interrompidas. Com o intuito de não se tornarem padrões revividos em escolhas imaturas, ou não pensadas, que desconsiderem os seus anseios verdadeiros. A Psicoterapia Analítica, que eu pratico age desvelando as situações do passado que estão influenciando e dificultando as relações atuais. Ainda que, sejam situações remotas, de tempos vividos, no decorrer do tratamento a tendencia é que se aprofunde em sua história, desta forma torne-se compreensível a significação dessas escolhas.

Além disso, vida contemporânea também, emaranhara de tecnologias que deveriam facilitar nossas experiências, por vezes, é outro fator que dificulta que as conexões entre as pessoas  se estabeleçam. A exposição excessiva nos torna espectadores da superficialidade, impedindo que as relações sejam  profundas. Você fica definido e enlouquecido pelo número de likes e seguidores que obtém. E como esses cliques ocorrem em frações de segundos, está proibido “se apegar”. Porque as pessoas deixam de te seguir com a mesma velocidade.

Ser romântico (a), além de brega é sinal de fraqueza e na época de superpotências é preciso ser de ferro. Independente da quantidade de “ficadas”, se comprometer é sinal de “se apegar”. E quem “se apega” primeiro, sofre primeiro. Assim, as relações seguem superficiais. Contudo, somos complexos e precisamos de relações complexas, profundas, que nos desafiem a ser pessoas melhores. Precisamos de uma companhia que queira nos ouvir, que se interesse por nós e que essa interação resulte em reciprocidade. Que faça com que queiramos saber dele (a), ouvir-lo (la), estar com ele (a).

No momento em que se conhece uma pessoa que te desperte esse interesse: o ideal é ser verdadeiro com seus anseios. Transmitir essa verdade é muito importante, por mais que pareça fraqueza, não é. E se não coincidir com os anseios do outro, já terá a resposta de que precisa. Não é não “se apegar” que te faz forte, mas sim amar que te faz melhor e te dá resiliência para continuar.

É preciso não ter medo de viver, de encontrar pessoas e situações novas. Pois, o novo faz crescer a adaptabilidade aos sentimentos e sensações despertadas.  “O homem que não enfrenta o inferno de suas paixões, também não as supera” (C.G. Jung). E quando não conseguimos superar, a tendência é que se volte contra nós de forma mais violenta. Esteja atento a sua saúde emocional. Tenha ajuda para compreender os dilemas e resolver-los de forma mais ajustada através da Psicoterapia Analítica!

Um abraço afetuoso

Andressa Cristina de Oliveira Santos